sábado, 31 de maio de 2008

VALSA DO ADEUS



Era uma hora grave e de tristeza infinda,
No peito, em buraco, a vida era um vazio,
Lembro-me que a tarde se despedia linda,
E de chicote, o vento, talhava-me de frio.

Sem freios, a minha mente era correnteza,
O coração em chamas era um fogaréu,
Mas, em meu socorro veio a natureza,
Vestindo de ouro-velho a nudez toda do céu.

E tão bonito foi estar ali presente,
A olhar tanta poesia em forma de beleza,
Que levantei a fronte e agradeci a Deus.

E o sol vestindo trajes de partida,
Foi desenhando, em rosa, as nuvens coloridas,
Cisnes desfilando pelo céu de adeus.

Sidney Pires


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