sábado, 31 de maio de 2008

Morre-se a cada dia


Morre-se a cada dia, quando renegado é.
Transformando o velho,
Virando o calendário.
Esquecendo o que se quer,
Vestindo a vida como sendo apenas,
Um simples vestuário.
Morre-se a cada dia que se chora,
De tristeza, por amor,
Por quem chega, porque foi embora.
Morre-se a cada dia por algo sem valor.
Morre-se a cada dia, a cada instante, a cada hora.
De alegria, de desamor, de nostalgia também se chora.
Morre-se a cada segundo na quebra do pudor,
Da vida...
Morre-se a cada dia, pelas ruas,
Pelas casas, nas esquinas, nas avenidas.
De frio, de fome, de horror.
Morre-se a cada dia pela falta de amor.
No tempo que não passa...
Morre-se a cada dia quando este não para.
Morre-se a cada dia,
Nas tentativas frustradas,
Na ilusão de ser feliz,
Morre-se a cada dia, por uma utopia diferente.
Morre-se a cada dia muita coisa, muita gente, forte,
Fraca, Sábia, ingrata...
Morre-se a cada dia, no abstrato viver.
Morre-se a cada dia na ilusão de ser feliz,
Ao revelar-se mestre,
Ainda sendo um aprendiz.
Morre-se a cada dia, mesmo que batendo, um coração.
Morre-se a cada dia um sorriso, um sonho,
Morre-se a cada dia mesmo sendo uma Legião.
Morre-se a cada dia, a cada começo, no recomeço,
Depois do fim...
Morre-se a cada dia, algo, alguém dentro de você.
Morre a cada dia um pedaço, uma parte de mim.
Morre a cada dia...
Morre-se a cada dia a esperança de vencer.
Morre-se a cada dia, na luta incessante, tentando viver.
Morre-se a cada dia...

Luciane Macário

Nenhum comentário: