quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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"Há uma diferença muito sensível entre perceber e entender a Verdade. Podemos percebê-la com o Coração e entendê-la com o Cérebro, ou melhor, podemos sentir a Verdade intuitivamente e examiná-la intelectualmente (...) Se os que vivem neste século cultivassem a faculdade de perceber a Verdade pelo Coração, examinando depois, por meio da Inteligência o que sentiram, muito breve teríamos por toda a parte uma condição melhor e mais feliz da sociedade. Porém, a desgraça de nossa época consiste em que as faculdades intelectuais foram levadas ao último extremo de seu poder de resistência, para as formas exteriores das coisas, sem perceber seu caráter espiritual, por meio do poder da Intuição (...) A Intuição é mais atrevida do que a própria Inteligência. Ela é algo assim como um farol que orienta o rumo da Inteligência e, por isso mesmo, foi a Voz Interna que guiou todos os descobridores" Prof. Henrique José de Souza

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Apelo




















Apelo

Parte de mim está nas plantas
que se estendem pelo ar
as outras partes são tantas
quantas as coisas que amar...

E o que amo mais é verde
e definho, se não for
ao bosque matar a sede
que eu tenho desta côr...

Tanto
cada planta
chama
e tanto
as ama
o meu Ser,

que o bosque
me reclama
cada dia
p´ras ir ver...

E se na altura não vou
estou recusando o que sou,
e sinto a alma parada...

E aperta-se a garganta
como se traísse a planta
ou abandonasse uma fada...

Luísa Barreto

A Serenata




















A Serenata

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que ele vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

ADÉLIA PRADO

domingo, 24 de agosto de 2008

Meu Aniversário.

















Mais um ano de vida completo hoje, Senhor.
E meus olhos voltam-se a Ti,
enquanto meu coração agradece.


Nascer é um milagre. Viver é um milagre.
Dois milagres que vêm de mãos
dadas com o mistério.


Eu poderia não ter nascido.
E o mundo continuaria a sua marcha, sem mim.

Mas eu existo. Estou vivo(a). Rodeada pelo calor
humano e pela amizade de tantos corações que me
querem bem: meus pais, meus familiares,
amigos e benfeitores.


Viver é estar a caminho, em busca de uma
constante realização pessoal. Preciso de Tua
benção, Senhor, para crescer, para acertar,
para seguir em frente, com otimismo,
coragem e perseverança.

A vida é uma Liturgia, e meu Ofertório
de hoje é mais um ano de existência.

Obrigado(a), Senhor, porque eu existo.
Obrigado(a) pela fé que eu tenho e pela
esperança que ilumina minha jornada.

A vida é bela e digna de ser vivida.

Obrigado(a), Senhor!

(Autor desconhecido)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Que é cativar




















Cativar é conquistar
A simpatia de alguém
A todos fazer o bem
Sem de nada reclamar
É em sintonia entrar
No mundo do semelhante
É ser amigo constante
E na freqüência de Deus estar

Para a todos cativar
Não se pode nem olhar
Quem é cristão ou judeu
Se tem credo ou é ateu
Se professa alguma fé
Se é homem ou mulher
Ou se é uma criança
É ser imagem e semelhança
De nosso Deus salvador



Cativar é ser afável e acolhedor
E receber sem temor
Aquele que o procura
Acolher com gentileza
Cativar é com certeza
Uma expressão de amor

A simpatia é que convida
O outro a se aproximar
O tratamento cortês
É que faz cativar
Se for um cliente ou freguês
Que se sentir maltratado
Não voltará outra vez.


A pessoa sisuda
Nervosa e carrancuda
É uma calamidade
Faz tempestade na calmaria
Não sabe dar um bom-dia
Nem se alegra um instante
Não pode ser comerciante
Quem não souber sorrir
Isso vale também aqui
Mas é provérbio da China
Que precisa ser cultivado
Aquele que é bem tratado
Um dia torna a voltar
E se sentir cativado
Sabe também cativar.

Cativar é tornar alguém cativo
Não escravo, mais receptivo
A um tratamento que lhe agrada
A uma amizade e simpatia
Aumenta a freguesia
Não custa nada e cria
Um bom relacionamento
E para o comerciante
Melhora o faturamento.

O que disse Exupéry
Eu concordo e dou vivas
“Tu te torna responsável
Por aquilo que cativas”
E se nada tu podes dar
Dê pelo menos um sorriso
Vai fazer bem a quem recebe
Multiplicando alegria
Feliz é quem sorri
Quarenta vezes por dia

“O sorriso é o melhor presente
Que se pode ofertar
Não custa nada, mas vale muito
Principalmente a quem dá
Ao enfermo ou depressivo
Pode até curar
E para o solitário
É o melhor salário
Que ele pode ganhar”
Sorria!
Para encher de alegria
As horas dos dias teus
Ostente muita harmonia
Felicidade e simpatia
Sorria!
Você está sendo filmado por Deus.


LIMA,Adalberto Antônio de; SILVA, Francisco de Assis Lima (Diassis). No Brasil nosso de cada dia, nem todos têm sua fatia.

*****
















"Adoro caminhar em silencio pelas sombras. Sou um bicho da noite,do crepúsculo,uma caçadora noturna. O barulho me fere a alma; busco a quietude,o contato comigo mesma e com a natureza."
( Autor : Léa Waider) Tema: Autoconhecimento

sexta-feira, 15 de agosto de 2008






















E por vezes as noites duram meses

E por vezes os meses oceanos

E por vezes os braços que apertamos

nunca mais são os mesmos E por vezes


encontramos de nós em poucos meses

o que a noite nos fez em muitos anos

E por vezes fingimos que lembramos

E por vezes lembramos que por vezes


ao tomarmos o gosto aos oceanos

só o sarro das noites não dos meses

lá no fundo dos copos encontramos


E por vezes sorrimos ou choramos

E por vezes por vezes ah por vezes

num segundo se envolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Soltem os prisioneiros

Soltem os prisioneiros
Soltem os prisioneiros
Por todo o mundo
Há prisioneiros
Por todo o mundo

Soltem os prisioneiros do Rio de Janeiro
De Lisboa, Porto, Ofir, Aveiro
Guimarães, Faro, S. Paulo e Timor
Soltem os prisioneiros do ódio e do amor
Me solta, eu sou inocente
Arranca essa mordaça, quebra essa corrente
Essa mordaça que ninguém vê
Essa mordaça que ninguém sente...

Soltem!
Soltem!
Libertem-nos!...

Soltem os prisioneiros
Soltem os prisioneiros
Por todo o mundo
Há prisioneiros
Por todo o mundo

Eu tô sem ar, feito num peixe num aquário
Sem sair do lugar, feito um presidiário
Hã! Pelo que disseram lá no dicionário
Eu acho que me deram liberdade ao contrário
Nós somos livres pelo avesso
Mas o sangue é mais forte que o mar
Navegar é preciso, e a liberdade tem seu preço
Então me prende, pra eu me poder soltar...

Soltem!
Soltem!
Libertem-nos!...

Soltem os prisioneiros
Soltem os prisioneiros
Por todo o mundo
Há prisioneiros
Por todo o mundo

Em busca da verdade correm viajantes
Em busca da verdade ficam prisioneiros...
Em busca do amor dormem os amantes
Em busca do amor ficam prisioneiros

Gabriel Pensador


Marionete


Se por um instante Deus se esquecesse
De que sou uma marionete de trapo,
E me presenteasse um pedaço de vida,
Possivelmente não diria tudo o que penso,
Mas definitivamente pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem,
Senão pelo que significam.
Dormiria pouco e sonharia mais,
Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos,
Perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os demais se detêm,
Despertaria quando os demais dormem,
Escutaria enquanto os demais falam, e como
Desfrutaria de um bom sorvete de chocolate...

Se Deus me obsequiasse um pedaço de vida,
Me vestiria com simplicidade,
Me atiraria de bruços ao sol,
Deixando descoberto, não somente meu corpo,
Mas também minha alma.

Deus meu, se eu tivesse um coração....
Escreveria meu ódio sobre o gelo,
E esperaria que saísse o sol.

Pintaria com um sonho de Van Gogh
Sobre as estrelas um poema de Benedetti,
E uma canção de Serrat seria a serenata
Que ofereceria à lua.

Regaria com minhas lágrimas as rosas,
Para sentir a dor de seus espinhos,
E o encarnado beijo de suas pétalas...

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida...
Não deixaria passar um só dia
Sem dizer à gente que quero que a quero.
Convenceria a cada mulher e homem
De que são meus favoritos e viveria enamorado do amor.

Aos homens provaria quão equivocados estão ao pensar
Que deixam de enamorar-se quando envelhecem,
Sem saber que envelhecem
Quando deixam de se enamorar.

A uma criança daria asas, mas deixaria
Que ela aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos, a meus velhos, ensinaria que a morte
Não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi de vocês, homens....
Aprendi que o mundo todo quer viver no alto da montanha,
Sem saber que a verdadeira felicidade está
Na forma de subir a escarpa.

Aprendi que quando um recém-nascido
Aperta com seu pequeno polegar pela primeira
Vez o dedo de seu pai,
O tem amarrado para sempre.

Aprendi que um homem unicamente tem direito de olhar
Outro homem de cima para baixo,
Quando o tiver ajudado a se levantar.

São tantas coisas as que pude aprender de vocês,
Mas finalmente de muito não haverão de servir
Porque quando me guardem dentro desta maleta,
Infelizmente estaria morrendo...

Autor Desconhecido - Atribuída a Gabriel García Marquez


INSENSATO CORAÇÃO















Quisera ver o limite

dessa dor que se permite
tanto assim me maltratar.

Quisera ter seu tamanho,
para sem perda nem ganho,
simplesmente, suportar.

Coração, vê se agüenta!
Não desespera. A tormenta
qualquer hora vai passar.

Afinal sê como a lua
que abandonada e nua
põe o sol no seu lugar.

Se tudo no firmamento
tem o tempo do momento,
coração, pra que chorar?

Chega de tanta aflição.
Dorme um pouco, coração.
Vê se consegue sonhar!

Katia Drummond

O amor acaba





















O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Paulo Mendes Campos

domingo, 10 de agosto de 2008

Obrigado















Obrigado por ter-me concebido com amor.

Obrigado por ter levado mamãe e eu até a maternidade e termos chegados em segurança e inteiros (quase).

Obrigado por acalentar-me nos seus braços.

Obrigado por não ter-me jogado fora com a água do banho.

Obrigado por ter apanhado no chão, dezenas de vezes, minha colher e tigela.

Obrigado por ter conversado comigo em minha língua nativa, fala de bebê, até que me tornei bilíngüe e aprendi a falar adulto.

Obrigado por ter dito "Papai... Papai... Papai..." um trilhão de vezes, até que compreendi que você estava dizendo seu nome.

Obrigado por ter tirado as minhocas de minha boca quando fomos pescar.

Obrigado por ter marcado no umbral da porta cada centímetro que eu crescia.

Obrigado por conservar a cabeça fria durante meus terríveis dois anos, meus totalmente exaustivos três, meus apavorantes quatro, e...

Obrigado pela espinafração, quando deixei de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua.

Obrigado por ter segurado minha mão até eu dormir.

Obrigado pelas horas em que me ouviu recitar interminavelmente a tabuada de multiplicar.

Obrigado por ter sempre rido de minhas piadas, por mais sem graça que elas fossem.

Obrigado por ter respondido sempre à minha pergunta:
- "Já chegamos? "

Obrigado por segurar o assento de minha bicicleta e correr seis quarteirões ao meu lado, no
dia em que tirou as rodinha de treinamento.

Obrigado por ter-me ensinado a jogar futebol.

Obrigado por ter repetido o conselho mil vezes.

Obrigado por ter me dito: "Um dia, você vai me agradecer por isto."

Hoje é o dia...
Obrigado!!!

Com todo meu amor...

Feliz dia dos Pais!

sábado, 9 de agosto de 2008

AGORA























Se queres dar-me uma flor,
faze-o antes que eu morra...
Se podes, hoje, fazer o milagre de um sorriso no rosto que chora,
não coloques flores sobre tumbas.

Se queres dar-me uma flor, faze-o agora.
Se podes dar um lar ao orfãozinho,
abrigo ao pobre que geme lá fora,
não encolhas a mão - Deus está vendo.

Se podes dar uma flor, faze-o agora.
Se conheces o eterno Caminho
Que leva ao templo onde a alegria mora,
Não guardes egoísta o teu segredo;

Se podes dar-me uma flor, faze-o agora.
Se podes dizer em uma frase linda,
algo que faça a tristeza ir embora,
dize-o enquanto posso agradecer sorrindo.

Se podes dar uma flor, faze-o agora.
Que farei eu das orações, das flores,
quando do mundo já não mais eu for?
Aos pés de Deus eu as terei tão lindas,
Que não precisarei do teu amor.
Não esperes o instante da partida.

Se queres me fazer feliz, faze-me agora.
Para que chorar de remorso e saudade?
Custa tão pouco a felicidade,
Dá-me uma flor antes que eu vá embora!


Myrtes Matias


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Será...
















“As folhas nunca sabem
qual folha será a primeira a cair. Será que o vento sabe?“

“Soseki Natsume”


Ah
















“Ah, derramar-me líquida sobre o mar
– ser onda indefinidamente – esperar pela primeira estrela e dela ser apenas espelho.”

“Olga Savary”


*****





















“A poesia é uma das raras actividades humanas que, no tempo actual, tentam salvar uma certa espiritualidade. A poesia não é uma espécie de religião, mas não há poeta, crente ou descrente, que não escreva para a salvação da sua alma - quer essa alma se chame amor, liberdade, dignidade ou beleza.”

Sophia de Mello Breyner Andresen

ASAS





















Deixe-me voar,
devolvam-me as asas escondidas
não são asas de anjo
são asas de minha vida.


Deixe-me voar,
dê-me condições de saltar
no vento, não me cortem as asas
não são asas de pássaro,
são asas do pensamento.


Dê-me asa de anjo, ou de
Pássaro errante
quero voar distante,
ver estrelas brilhantes
deixar o tempo me levar.


Não me cortem as asas,
Deixe-me voar,
não são asas de anjo
são meus braços estendidos no ar


abraçando a liberdade,
deixe-me voar.

Leni Martins

Nas Asas Invisíveis do Amor



Nas asas dos ventos

Nas asas do amor

nas asas do tempo

Luzes iluminam o meu caminho

Uma trilha coberta por lindos cristais

irradiando flashes, de uma beleza única

São como chamas de um fogo que aquece
a alma.

São as mais nobres e belas artes

esculpidas por mãos que se encontram

em prece, unidas pela linha finíssima

invisível aos olhos puramente humanos

São raios refletidos em um olhar

ornamentado por pureza angelical

São figuras exuberantes, que trazem

na forma a beleza do infinito

onde nasce o sol,

onde surge a lua

onde se pode voar sem limites

na sabedoria exata, sem quedas

na calmaria das águas, no silêncio

que fala mais alto, que escuta

o ruído das preces, as mais eloquentes

vozes que falam de fatos que não estão

escritos em simples papéis

foram gravados na mais alta rocha

visível, por todos, entendida pelos

que buscam os encantos, da paz

que buscam respostas diferentes

lapidadas por escritores que sabem

bem mais que as tão limitadas

respostas que os olhos não podem

ler, mas se sentirem as pétalas que

caem e se transformam em gotas

douradas que iluminam o eu interior

transformando lágrimas em louvores

tristeza em alegria, pessoas em anjos

que voam ,sem precisar de asas, voam

no único laço que não se desfaz

o amor, o verdadeiro amor que também

não está escrito, mas que ilumina o

universo, fazendo de nós pequenas

estrelas que tem seu tempo ,mas

que brilham para quem sabe sentir


a beleza do infinito.


Gisley Monteiro

domingo, 3 de agosto de 2008

*****




















"A vida as vezes nos mostra algo, que não entendemos no ato, mas com certeza no futuro entenderemos, então não adianta o desespero antecipado, sempre haverá uma explicação para tudo que passamos. Eu vivo a minha verdade, então o que espera para viver a sua?"

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

SOMOS !...MUITO OU POUCO...





















Quem é louco ?
Somos todos... muito ou pouco
E, indubitavelmente sabemos...
Mormente quando nos enfurecemos,
Ou quando amamos demais...
Mais do que se é capaz.

Somos um pouco, asnos,
Em momentos de nossas vidas,
Com o cérebro em espasmos,
Como que, imerso em água fervida.

Somos um pouco, panteras
Imitando sua rapidez,
Ou pretendendo ser fera,
Quando ferida a honradez.

Somos um pouco, leões,
Querendo parecer reis,
Vontade de ser mandões
E desobedecer leis.

Somos um pouco, gatos,
Usando da sua esperteza,
Dando sempre de gaiato...
Quando se sente firmeza.

Somos um pouco, ratos,
Quando aprontamos sujeiras,
Aproveitando de um fato...
Fugindo da ratoeira.

Somos um pouco, cães,
Usando fidelidade
Que aprendemos com as mães,
Desde a mais nova idade.

Somos um pouco, cobras,
Com o veneno fatal,
Quando a língua não dobra...
Do alheio falando mal.

Somos um pouco, gados,
Na hora de mastigar,
Com fome de esganado,
Querendo nos saciar.

Somos um pouco, elefantes,
Com a pretensão de maior,
Tentando levar adiante,
A impressão de melhor.

Somos um pouco de tudo,
É o que acho, no duro,
Concluo então, contudo,
Não existe homem puro.

Auro.