terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal...




É para ser todos os dias…
Nos nossos corações…nas nossas mentes…
O Natal não está nos presentes…
Está na ajuda ao próximo, na compreensão…
É dar-mos as mãos e sentirmo-nos irmãos…
Quando isto acontece…É NATAL!!!


"Neste Natal armei uma arvore dentro do meu coração e nela pendurei em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos, o teu está lá...

Feliz Natal e Bom Ano Novo!!!"

Presente de Natal




Quero que todos os dias
Sejam dias de Natal
Para todos terem alegria
E a ninguém lembrar o mal

Ò menino! Não te esqueças
De me dar um presente
Transforma todos os dias
Em Natais p'ra toda a gente.

Em Natais quentes de amor
Com cestos cheios de pão
Com homens todos irmãos

(do Cântico tradicional)

sábado, 13 de dezembro de 2008

VIVEMOS JULGANDO AS PESSOAS


Como expectadores da vida alheia, julgamos diariamente os gestos e atitudes do nosso próximo.
Quem diz que nunca julga, não é honesto consigo mesmo. Quando fazemos um comentário, qualquer que seja, estamos julgando.
Cada vez que exprimimos uma opinião pessoal sobre alguma coisa, fato ou alguém, estabelecemos um julgamento, justo ou injusto.
E quando somos nós o centro da platéia, pedimos clemência, tolerância, imploramos interiormente para que se coloquem no nosso lugar e tentem entender nossas ações ou reações.
Colocar-se no lugar do outro para entendê-lo, seria entrar no seu coração e alma, sentir suas emoções, vestir sua pele. Impossível...
Cada um de nós é único e mesmo aquelas pessoas que mais amamos não nos transferem suas dores tais e quais. Sentimos sim, quando sofrem, mas por nós, porque nossa própria alma se entristece.

Deveríamos, todos, possuir um espelho da alma, para que pudéssemos nos olhar interiormente antes de julgarmos outras pessoas. Sentiríamos, provavelmente, vergonha dos nossos pensamentos. Por que nosso próximo é tão exposto às imperfeições, falhas, pecados, más ou boas decisões, quanto nós.
Se houvesse uma câmera capaz de revelar aos outros nossos pensamentos diários, iríamos estar sempre fugindo dela... Por quê?
Porque ante a possibilidade de que seja revelado nosso eu, seríamos muito mais honestos conosco. Isso nos tornaria, talvez, mais tolerantes e mais humildes.

Quando alguém sofre porque está atravessando por um caminho pedregoso, dói nessa pessoa não somente a passagem por esse caminho, mas também o olhar dos outros, que condenam sem piedade, as línguas ferem mais profundamente que facas e punhais.

As pessoas se esquecem facilmente que tiveram um passado que, mesmo se correto, nunca foi um lago de água transparente, porque puras, só as criancinhas...
E ninguém pode dizer o que virá amanhã, se houver amanhã.

Ninguém está ao abrigo das chuvas repentinas da vida, das torrentes que podem levar tudo, dos males que podem atingir o corpo e, às vezes, a mente.
Apenas um minuto e tudo pode se transformar.
Então... Melhor exercer a tolerância, a bondade, a compaixão, antes de julgarmos se outros estão certos ou errados, se têm ou não razão.

E quando a tentação for grande de olhar o que se passa com outros, bom mesmo é se lembrar do espelho que deveria retratar nossa imagem interior que pediria, certamente, compreensão.

E como não sabemos o que o amanhã nos reserva, vivamos o dia de hoje com sabedoria, coração amoroso para com o próximo e olhar voltado para o alto.

(Texto de Letícia Thompson)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

DUDH


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)
da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
A Assembléia Geral proclama
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIV
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Eu não sou de ninguém...



Eu não sou de ninguém!...  Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!

Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...

Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!

Florbela Espanca

sábado, 22 de novembro de 2008


"Eu sou assim... Infinita num mundo limitado. Satisfaço minhas vontades e as suas também. Mas sou só minha... Não sou de mais ninguém. Nem sou do mundo, eu não sou daqui... Eu sou além".- Carolina Salcides -


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Eu sonho...




Eu sonho com um mundo bem diferente onde as pessoas falam de paz e amor.
Um mundo com uma escada bem grande que alcança o céu de estrelas.


Onde todos juntos de mãos dadas devagar vão subindo, ajudando as crianças e os velhinhos que precisam subir devagar.

E lá no fim daquela escada, eu sonho com um lindo jardim, cheio de flores, árvores e animais tudo muito bem cuidado, e as pessoas que chegam naquele jardim, respiram um ar muito puro, e descansam debaixo de grandes árvores, cantando felizes porque lá só existe a paz e o amor.
Eu sonho...

Márcia Miyoshi
(14 anos)

RECOMEÇO




Tão rápida a existência.
Da vida o dever è a plenitude.
Tiro dela o prazer,do que sou a delícia.
O que posso quero rever.
Meus dotes, meus limites,quero a regra subverter.

Cada dia nova empreitada.
Etapa vencida, culpa redimida.
O coração dá guarida ao melhor que possa haver.

Na despedida a saudade.
Não quero ficar esquecida.
Tanta força, toda lida que seja reconhecida,
Que eu faça de cada partida um novo amanhecer.

Salete Gurgel

sábado, 15 de novembro de 2008

Queres saber como eu te amo?



Amo-te sem utopia.
Amo-te com um sentimento real,
sem as cores do arco-íris,
pintadas pelo poeta quando fala de amor.
Amo-te com os teus defeitos - quem não os tem?
Amo-te com as tuas fraquezas,
porque é uma forma de me sentir forte,
quando, em minha solidão, sou apenas fragilidade.
Amo-te no cantar da fonte - o som da vida
No cheiro da mata - o aroma da vida
Nos pingos da chuva - fecundação da vida
No brilho do sol - despertar da vida
Na carícia do vento - respiração da vida
Como vês, Amo-te sem sonhos e sem ilusões:
Amo-te no acontecer da vida;
pura e simplesmente, na realidade da vida.
Porque a vida para mim se resume em quatro letras:

AMOR!


*****

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A Vida Ensina



Se você pensa que sabe;
que a vida lhe mostre o quanto não sabe.

Se você é muito simpático mas leva
meia hora para concluir seu pensamento;
que a vida lhe ensine que explica melhor o seu problema,

aquele que começa pelo fim.

Se você faz exames demais; que a vida lhe ensine

que doença é como esposa ciumenta:
se procurar demais, acaba achando.

Se você pensa que os outros é que sempre são isso ou aquilo;

que a vida lhe ensine a olhar mais para você mesmo.

Se você pensa que viver é horizontal, unitário, definido,

monobloco; que a vida lhe ensine a aceitar o conflito

como condição lúdica da existência.

Tanto mais lúdica quanto mais complexa.

Tanto mais complexa quanto mais consciente.

Tanto mais consciente quanto mais difícil.

Tanto mais difícil quanto mais grandiosa.

Se você pensa que disponibilidade com paz não é felicidade;

que a vida lhe ensine a aproveitar os raros momentos

em que ela (a paz) surge.

Que a vida ensine a cada menino a seguir o cristal que leva

dentro, sua bússola existencial não revelada, sua percepção

não verbalizável das coisas, sua capacidade de prosseguir

com o que lhe é peculiar e próprio, por mais que pareçam úteis

e eficazes as coisas que a ele, no fundo, não soam como tais,

embora façam aparente sentido e se apresentem

tão sedutoras quanto enganosas.

Que a vida nos ensine, a todos, a nunca
dizer as verdades na hora da raiva.

Que desta aproveitemos apenas a forma direta e lúcida pela

qual as verdades se nos revelam por seu intermédio;

mas para dizê-las depois.

Que a vida ensine que tão ou mais difícil
do que ter razão, é saber tê-la.

Que aquele garoto que não come, coma.

Que aquele que mata, não mate.

Que aquela timidez do pobre passe.

Que a moça esforçada se forme.

Que o jovem jovie. Que o velho velhe.

Que a moça moce. Que a luz luza.

Que a paz paze. Que o som soe.

Que a mãe manhe. Que o pai paie.

Que o sol sole. Que o filho filhe.

Que a árvore arvore. Que o ninho aninhe.

Que o mar mare. Que a cor core.

Que o abraço abrace. Que o perdão perdoe.

Que tudo vire verbo e verbe.

Verde. Como a esperança.

Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar

e começar tudo de novo.

A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos.

(Arthur da Távola )

*****

>>>



Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...
Mário Quintana

*****

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Muitos amores-



Amores existem muitos
Amores de todas as idades
São todos abençoados
Todos estão guardados
Na nossa recordação
Na nossa imaginação
Alicerces do coração...

Temos o amor profundo
Temos também o ligeiro
E o que já está moribundo
Querendo sumir do mundo
Temos também o amor brejeiro
Temos o amor tão pequenino
E o que leva a vida maneiro...

Amores de qualquer tipo
Amores até o infinito
Aqueles que são tão bonitos
Que cativam na emoção
Que confundem a razão
Que iluminam o coração...

Há amores em profusão
Amores de arrastão
São tantos que nem sei mais
Como dizer de verdade
Só vejo é muita emoção
Nos amores samba-canção...

Temos o amor maduro
Aquele que diz seguro
Que é o amor verdadeiro
Temos o que diz primeiro
Que na vida tudo passa
Passa que nem fumaça
Num vem-vai ligeiro...

Temos o amor falsidade
Aquele que é só maldade
São os amores fortuitos
São banais, são papeluchos
Que enganam só pra valer
Que só nos fazem padecer
Chorando endoidecer...

Temos o amor vingativo
Que vem nos atormentar
Que está só para usar
Querendo só maltratar
Amando só pra vingar
O que deixaram escapar...

Temos o amor safado
Aquele endiabrado
Que corrompe a ilusão
É o amor bem temperado
É o que é desesperado
Amor em ebulição
Amor com sofreguidão...

Há o amor vaselina
É o amor fala fina
Amor de embromação
É um amor traiçoeiro
Que não é amor verdadeiro
Que ruge que nem leão
Que engabela o coração...

Temos por fim o bonança
O amor feito como criança
De balbucios ligeiros
Que chama os companheiros
Pra felizes brincadeiras
Que durem a vida inteira...

Myriam Peres

domingo, 9 de novembro de 2008

EU TE DESEJO O SUFICIENTE!......





No aeroporto, ouvi por acaso um pai e uma
filha em seus últimos momento juntos. Foi anunciada
a partida do avião, e próxima a porta ela disse:
-"Papai, nossa vida juntos foi mais do que o
suficiente. Seu amor é tudo o que sempre precisei.
EU TE DESEJO O SUFICIENTE, também, Papai!"

Beijaram-se despedindo e ela partiu. Ele andou
em direção a janela a qual eu estava sentado.
Ficando onde eu poderia ver que ele queria e
precisava chorar.
Tentei não entrar em sua privacidade, mas ele
me cumprimentou perguntando:
-"Você já disse tchau pra alguém sabendo que
seria um adeus?"
-"Sim, eu já," - respondi. Trazendo de volta as
memórias que tinha da expressão do meu amor e
apreciação por tudo o que meu Pai fez por mim.
Reconhecendo que seus dias eram limitados, eu tomei
um tempo para dizer face a face o quanto ele
significava pra mim. Então eu sabia o que aquele
homem estava passando.
-"Desculpe minha pergunta, mas por que foi um
adeus?"- perguntei.
-"Eu estou velho e ela vive muito longe. Eu me
recuso aceitar, mas a realidade é que sua viagem
de volta será para o meu funeral" - disse ele.
-"Quando vocês estavam se despedindo, eu te ouvi dizer:

EU 'TE DESEJO O SUFICIENTE'. Posso te
perguntar o que isto significa?"
Ele começou a rir.
-"É um desejo que vem sido trazido de outras
gerações. Meus pais costumavam dizer a todos."
Ele deu uma pausa, olhou para cima como se
quisesse lembrar com detalhes. Sorriu ainda mais.
-"Quando dizemos EU 'TE DESEJO O SUFICIENTE',
esperamos que a vida da outra pessoa seja repleta
de "suficientes" coisas boas para sustê-las".

Ele continuou, virando-se pra mim e
compartilhou as sentenças recitando da memória:


Te desejo o sol suficiente para manter suas
atitudes brilhantes;
Te desejo chuva o suficiente para que aprecie
mais o sol;
Te desejo alegria o suficiente para manter seu
espírito vivo;
Te desejo um pouco de sofrimento para que as
pequenas alegrias na vida aparentem-se muito
maiores;
Te desejo ganhos e benefícios suficientes para que
satisfaça sua espera;
Te desejo perdas suficientes para que aprecie tudo o que
ganhar;
Te desejo 'Olás' para levá-lo ao 'Tchau'.
Então ele soluçou e foi-se.
Então, meu amigo amado...

EU TE DESEJO O SUFICIENTE!!!

"A vida não é medida pelo nosso número de respiração,
mas por momentos que tiram o nosso fôlego".

Um olhar só pra mim




Busco um olhar que me compreenda,
Um olhar que sorria e que me faça sorrir,
Aquele olhar que veja com o coração e fale ao meu coração,
Um olhar que me emocione, que me conquiste...
Busco um olhar que me perturbe, que me deseje...
Um olhar que em meio a todos, olhe apenas pra mim,
Um olhar amigo, um olhar amante,
Um olhar mudo, que diga tudo que preciso ouvir,
Aquele olhar que refrigere toda ansiedade e aqueça a alma,
Um olhar que me beije, que chore comigo...
Busco um olhar que não se desvie do meu,
Que me provoque, que me encare...
Um olhar de amor, de admiração, de respeito,
Tudo começa no olhar,
Olhares se cruzam numa fração de segundo,
E se apaixonam...
Aprisionam-se numa eterna necessidade...
E que prisão maravilhosa!
Busco um olhar que me acomode na masmorra de seu castelo...
Um olhar que me prenda e me encante pra sempre!

Alda Marques

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

ARCO-ÍRIS NOTURNO




Eu que pensava ter visto
pequena parte do todo
vejo na verdade
que do todo
não sei nada...
e deste nada, nada sei...

Eu que julgava o que via
hoje me vejo um cisco
em um universo sem fronteiras
entre ruas, paralelas e vias
nos atalhos...caminhando...
seguindo a estrada do coração
é a força do divino...
é quando Deus nos conduz
longe de qualquer padrão...

E na própria dicotomia
que é viver
vejo um arco-íris noturno,
não são cores refletidas
do espectro solar...
são cores fugidas
da própria indefinição do
se definir...
incidem na atmosfera,
pela luz do luar...

RITA REIKI

Das Pedras



Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.


Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.


Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida…
Quebrando pedras
e plantando flores.


Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.


(Cora Coralina)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Caminhar


O que importa é caminhar
Mesmo que os caminhos
Pareçam estar fechados
Não importando as pedras
Mas sim a certeza
De que procuraremos
Tirá-las uma a uma
Caminhemos mesmo
Que sem encanto
Caminhemos mesmo
Que desiludidos
Caminhemos mesmo
Que sem esperanças
Caminhemos mesmo
Que cheguemos
Ao fundo do poço
Porque chegando lá
É que saberemos
Se teremos força pra levantar
Renascer se for preciso
E nossa vida recomeçar

Anjopoesia

domingo, 2 de novembro de 2008

O sagrado e o profano



O que consideramos, em nossos dias, divino e profano?
Para Rita Lee, “o amor é divino”. Então, o desamor é profano!
O trabalho é divino. E a preguiça é profana.
A ira é profana e a calma é divina.
A luz é divina e a escuridão é profana.
A alegria é divina e a tristeza é profana.

Poderíamos “elencar” uma série de profanos e divinos no nosso cotidiano,vai depender da nossa perspectiva de análise, da nossa cultura ou daquilo que consideramos profano e divino no momento.

O dicionário nos coloca que profano é “algo não pertencente à religião,”não sagrado”, “secular”;por outro lado, divino é algo “concernente às coisas divinas,à religião,aos ritos ou ao culto”,”inviolável” ou “santo”.

Segundo Vanderley Dorneles, entre os povos antigos, a vida religiosa não contemplava essa distinção. Sagrado e profano eram categorias inexistentes. A religião era o centro da vida e todas as demais coisas eram naturalmente relacionadas a ela. O plantio da terra, a procriação e a diversão eram expressões religiosas, na medida em que se tornavam oferendas aos deuses.

Os rituais misturavam atos sexuais, orgia e danças, como no festival de Dionísio, divindade greco-romana. A dança sempre foi um acessório cultual, entre os índios, nas religiões afro, no antigo Egito e em inúmeros cultos antigos. Mircea Eliade, historiador das religiões, afirma que a dança e a música de tambores eram parte indispensável dos cultos antigos.

Dessa forma, a união das duas polaridades era natural, considerando que os deuses daquele mundo eram evoluídos ou espíritos guerreiros e portanto apreciavam também as coisas humanas.

A distinção

Para Dorneles, as religiões que seguem a revelação bíblica - judaísmo e cristianismo - criaram a distinção entre sagrado e profano, ao introduzir a idéia do pecado e o conceito da santidade de Deus. O profano e o sagrado não têm espaço na religião destituída da idéia do pecado. As religiões antigas e as espiritualistas de hoje não têm para essas categorias um conceito claro, exatamente porque não estabelecem a realidade do pecado e da redenção.

E para nós, o que realmente é profano e divino?Como podemos distingui-los?
Profano é tudo aquilo que violenta, que avilta, que macula.

Poderíamos dizer que profano é a fome, a miséria, a guerra,o analfabetismo,o uso de drogas, o aborto,a nudez,a violência de modo geral.
E o divino? É o sacramentado, inviolável, é aquilo que faz bem à coletividade, de acordo com os ditames da divindade. Ele é representado pelo amor, família,abundância, esclarecimento,paz e VIDA.

O profano representa o caos diante da ordem estabelecida, Ele desarmoniza,contesta, chama atenção.

O profano está intimamente ligado ao conceito de “pecado”,herança das religiões.Seria,então o “tocável”, “apropriável” , visível e o divino o “intocável”, o “intangível”. Nesta concepção,normalmente formulamos indagações existenciais:Isto é permitido? Lidamos com o medo de sermos punidos pela divindade. Esquecemos,muitas vezes, que somos profanos pelo pensamento e por nossas ações egoístas.

Edite Malaquias

Um dia, pai



Pode ser que um dia, sejamos mais que meros conhecidos, mais que palavras rasas num oceano de expectativas.


Talvez em 10 ou 20, possamos nos olhar e matar a sede da doce água que temos inutilmente guardado durante anos.


Esquecer o imutável passado e simplesmente viver o resto de nossas desperdiçadas vidas.


Mas não se preocupe! Eu estou bem; eu estou indo. Todos os dias apagando a falta que você me faz.


Esquecendo a vontade de receber um convite, uma simples conversa, um conselho de quem deveria me ensinar a viver.


Também não se entristeça. Você não foi o único herói que virou bandido. Mas era o meu preferido, por isso o meu coração insiste em doer.


Pai! Eu não faço questão de ser tudo pra você, mas apenas o suficiente para que consiga me dizer, olhando nos meus olhos, que sou importante, que a nossa distancia doe tanto em você quanto dói em mim.


Calebe Pacheco

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sou




Sou de outras coisas
pertenço ao tempo que há-de vir sem ser futuro
e sou amante da profunda liberdade
sou parte inteira de uma vida vagabunda
sou evadido da tristeza e da ansiedade

Sou doutras coisas
fiz o meu barco com guitarras e com folhas
e com o vento fiz a vela que me leva
sou pescador de coisas belas, de emoções
sou a maré que sempre sobe e não sossega

Sou das pessoas que me querem e que eu amo
vivo com elas por saber quanto lhes quero
a minha casa é uma ilha é uma pedra
que me entregaram num abraço tão sincero

Sou doutras coisas
sou de pensar que a grandeza está no homem
porque é o homem o mais lindo continente
tanto me faz que a terra seja longa ou curta
tranco-me aqui por ser humano e por ser gente

Sou doutras coisas
sou de entender a dor alheia que é a minha
sou de quem parte com a mágoa de quem fica
mas também sou de querer sonhar o novo dia.

[Fernando Tordo]

SOU BRUXA




Sou bruxa!
Adivinho meu quereres,
vejo-os, decodifico-os...
Saio de minhas dores,
com poções mágicas de vida,
de confiança.
Sou fraca, forte, mulher!
Sou bruxa!
Tento enfeitiçar você,
com olhar de cumplicidade,
com palavras de vontade,
com zelo de tudo.
Vôo também!
Aposentei a vassoura,
quebrei o paradigma,
Larguei o velho livro de feitiços,
abri novo caminho,
nova página...
Viajo no pensamento,
na mais bonita estrela,
na transferência da presença.
Sou bruxa do bem!
do bem querer-lhe,
bem amar,
bem desejar,
bem estar,
sua bruxinha!
Transponho distâncias,
materializo-me,
faço-me ouvir,
voz e sentir...
Alguém tem medo de mim?

*****

Bruxa




Dama da noite
Menina do dia
Nos teus olhos a Natureza
Na tua alma o Universo

Sempre a conversar com os animais
Interagindo com as plantas
Pulsa a vida nas batidas do seu coração
Vibra com os sons dos mundos

Bruxa garota
Eterna aprendiz dos mistérios
Sua alma segue o ciclo

É imprevisível como o fogo
Tão intensa quanto o ar
Emoções fluindo à flor da pele como água
Mas conhece cada trilha dessa terra

Em seus sonhos encontra as respostas
Que afligem a alma humana
Nos teus sonhos sempre viaja
Por todos os planos do Universo

Bruxa garota
Eterna aprendiz dos mistérios
Sua alma segue o ciclo

Conversa com as fadas
E falam de amores
Magia e fantasia
Sabedorias perdidas no tempo

Esse tempo cruel que não te atinge
Pois sua alma está sempre a se renovar
Cuida do corpo como um templo
Alimenta o espírito como um filho

Bruxa garota
Eterna aprendiz dos mistérios
Sua alma segue o ciclo

Nos seus tão singelos ritos
Suaves sigilos com as palavras
Realiza encatamentos sem notar
Ilumina por onde passa com sua aura

Ah, garota tão jovem
Sabe sem querer a sabedoria ancestral
Como um riacho que corre
A vida transborda em sua alma

HOJE É DIA DAS BRUXAS




Hoje é dia das bruxas

Daquelas que passam por nossa vida

Deixando marcas

Deitando cartas

Não de tarot

Mas de um jogo

Que nem todo mundo sabe jogar

O jogo da vida



Somente as bruxas

Ou os magos

Sabem captar a magia

Da energia

Da tarde, da noite, do dia

E fazer do seu corpo um totem

Ou um vodu do bem

Onde tudo que atrai

Donde tudo emana

Ah!

Emite sons e cores

Que parecem ter sabores

De mel



Mas essas bruxas e esses magos

Ficam escondidos em seu esconderijo

Somente com muita sorte

Penetramos no seu forte

De sabedoria

E dali,

Com silêncio ou palavras simples,

Emanam fluídos

Deixando impregnados na gente

O regozijo

O prazer

Da simples bruxaria

De ser



Alma Collins

Sou uma bruxa porque:



Sou uma bruxa porque:


Sempre que abro os olhos, ao despertar, me emociono por mais um dia para viver, livre e comprometida com as coisas e as causas da Grande Mãe. Neste momento, procuro refletir a respeito dos tantos dias que nos foram tirados, por inveja, injúria e cobiça, e peço luzes e força a Deusa Mãe para o dia de hoje.

Sou uma bruxa porque, ao abrir as janelas e respirar o ar da manhã, agradeço à Deusa pelo dom da vida e celebro o Pai ar pela sua presença em mim.

Sou uma bruxa porque, ao me alimentar, celebro aquele bendito alimento e bendigo todos aqueles que contribuíram com seu trabalho para que o mesmo chegasse à minha mesa.

Sou uma bruxa porque, sempre de alguma forma renasce o amor em mim, e minha alma agradecida transmite luz.

Sou uma bruxa porque sempre me envolvo e me comprometo a serviço da justiça e da paz no mundo.

Sou uma bruxa porque estou sempre insistindo em abrir as portas do meu coração, para transmitir os ensinamentos dos antigos e facilitar o despertar da grande arte nos corações dos que me cercam.

Sou uma bruxa porque estou sempre acendendo um fósforo sem maldizer a escuridão.

Sou uma bruxa porque busco a verdade sem jamais me conformar com a mentira e o subterfúgio.

Sou uma bruxa porque sempre renuncio ao egoísmo e procuro ser generosa.

Sou uma bruxa quando sorrio para alguém, mesmo estando muito cansada, pois conheço o valor do sorriso.

Sou uma bruxa quando preparo um chá que vai curar, ou pelo menos amenizar a enxaqueca daquela vizinha chata.

Sou uma bruxa quando tomo um animal em meu colo para lhe amenizar a dor. Quando planto e colho uma erva e agradeço a Gaia por tamanha dádiva.

Sou uma bruxa quando persigo a luz de uma estrela com o olhar e o coração nas trevas que nos circundam. Quando levo a fé nos Deuses por entre linhas, apenas com minhas ações.

Sou uma bruxa quando, em rijo, sinto o rio do sangue da vida que escoa nas minhas entranhas. Quando sou fogo que estimula o coito, e água que transforma e modifica cursos.

Sou uma bruxa porque me aconchego no seio sagrado da terra, voltando ao colo sagrado. Quando abro o círculo invocando os ventos do norte, buscando no canal dos antigos o néctar do renascer.

Sou uma bruxa porque quando falo em liberdade me sinto águia. Quando falo de sabedoria me sinto coruja, e quando falo do belo me sinto arara.

Sou uma bruxa porque estou sempre atenta ao perfume, que não posso derramar no próximo sem que também me atinja, e a lei tríplice se faz em mim.

Sou uma bruxa quando vivencio o sabor do pão partilhado. Quando procuro pedir perdão e recomeçar.

Sou uma bruxa quando me recolho ao silêncio perante um julgamento preconceituoso ou injusto a meu respeito, e entrego ao tempo, o único pólo óptico da verdade imutável.

Sou bruxa quando desenvolvo em meu ser a humildade de viver e morrer como o grão de trigo, para depois frutificar searas de luz, de tenacidade e de esplendor.

Sou uma bruxa porque estou sempre ressurgindo das cinzas como Fênix. E assim, retomo a minha vivência concreta, cujo itinerário principal é a minha Deusa interior, forte, guerreira, translúcida, serena e amorosa a despertar em mim.

Por tudo isso sou uma bruxa!


*****

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Deixa




Deixa que a voz do amor te retempere
Pondo-te a ouvi-la desensurdecido:

*Sede vós como o sândalo ferido,
Que aromatiza a lâmina que o fere*.

Aureci Figueiredo Martins

A alma da zíngara




Tua alma é doce
e teus beijos nem sei ainda
se são meus.

Teu viço proíbe-me de ir-me
e fico assistindo-te
meio homem e meio bicho
ciganeando tua liberdade
entre afagos e abraços.

Cantai tu e tuas castanholas,
que teu amor me chegue livre
e quando o sol se pôr
tenhamos um lindo encontro de amor
e tudo entre nós esteja além de vivo.



Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 29/10/2008
Código do Texto: 1253943

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Apenas um olhar?



Apenas um olhar?

Olhei-te, deixei de pensar,
passou o tempo,
fiquei a olhar.

Olhaste também e aí eu senti,
que algo entre nós
devia existir.

Numa atração natural juntamos o olhar,
sentimos, então,
estarmos a amar.

Quisemos falar, não havia o que dizer,
ficamos a olhar,
até o entardecer.

Aí... nessa altura, cansados de olhar,
juntamos os lábios,
quisemos amar.

Senti o teu corpo, sentiste o meu,
em poucos instantes,
estávamos no céu.

E pensamos que juntos,
voávamos pelo ar.
E quando pousamos,
descobrimos no olhar,
a força de amar.

"A força do olhar".

Bartolomeu.

FP




Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer emocionalmente.
Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria
solidão, continuaremos a nos buscar
em outras metades.
Para viver a dois, antes,
é necessário ser um".

(Fernando Pessoa)


*****

sábado, 25 de outubro de 2008

Borboletas




Não haverá borboletas se a vida não passar
por longas e silenciosas metamorfoses...

( Rubem Alves )


*****

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Arte de viver




Habito no halo
dos meus versos
onde incansavelmente
rimo palavras sem rima
e seco lágrimas sem pranto

é a arte de viver...

como lacrar a vida e o amor
sem cantar?
como vencer o tédio e o temor
sem bailar?
eis a razão
porque sonho sem sono
porque voo sem asas
porque vivo sem vida

no avesso dos versos escondo
o tesouro da minha contrariedade
o mistério da minha enfermidade
e o feitiço da minha eternidade

Armando Artur

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Gosto de ti




Gosto de ti

O Vento passou e disse:
Gosto de ti
E a flor abriu-se em pétalas
de todas as cores.

A onda passou e disse:
Gosto de ti
E na praia a areia
ficou muito lisa.

A noite passou e disse:
Gosto de ti
E as árvores cheias de orvalho
ficaram mais verdes.

O sol passou e disse:
Gosto de ti
E o trigo muito louro
acenou com as espigas maduras.

O amigo passou e disse:
Gosto de ti
E o coração
Ficou a dançar de alegria.

( Leonor Santa-Rita )

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Esperança


Não! A gente não morre quando quer,
Inda quando as tristezas nos consomem.
Há sempre luz no olhar de uma mulher
E sangue oculto na intenção de um homem.


Mesmo que o tempo seja apenas dor
E da desilusão se fique prisioneiro.
Vai-se um amor? Depois vem outro amor
Talvez maior do que o primeiro.


Sonho que se afogou na baixa-mar,
De novo há de erguer, cheio de fé,
Que mesmo sem ninguém o suspeitar,
Volta a encher a maré.


Não penses que jamais hás de achar fundo
Nem que entre as tuas mãos não terás outra mão.
Pode a vida matar o sonho e o sol e o mundo,
Mas não nos mata o coração.


(Poesia de Maria Helena,– extraído do livro
Concerto a 4 mãos - de JG de Araujo Jorge - 1959 )

Soneto à tua volta


Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.


Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!


Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...


Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...


(Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro

DOCE RECORDAÇÃO



Doce recordação...
que alegra o coração,
trazendo de novo aquela mesma emoção.
aquele breve momento. aquele gesto de carinho.
aquele simples beijinho...
aquela mera promessa de amor.
Ficou como uma doce recordação...
ficou na lembrança... ficou no coração...
Nem sempre podemos ter o que queremos...
mas lembranças doces sempre teremos...
Não podemos deixar perdido no passado,
aquele carinho enamorado...
Bons momentos que não devem ser esquecidos,
pois não foram momentos perdidos...
Foram momentos de felicidade,
que deixaram saudade...
Saudade de algo que não se completou...
não estava preso e se soltou...
Enfim... momentos para sempre lembrados...
Doce recordação de carinhos trocados...
De algo que deixou saudade...
mas que trouxe felicidade...


*****

sábado, 11 de outubro de 2008


Ser criança é saber perdoar, saber amar, não guardar mágoas. Ser criança é brincar, correr, viver feliz. Ser criança é viver na eternidade, sonhar sonhos de esperança em busca de um mundo melhor!

Criança linda hoje é seu dia!

Então cante, dance, pule, sorria e seja muito feliz!!!

Ser criança



Ser criança é achar que o mundo é feito de fantasias,
sorrisos e brincadeiras.
Ser criança é comer algodão doce e se lambuzar.
Ser criança é acreditar num mundo cor de rosa,
cheio de pipocas.
Ser criança é olhar e não ver o perigo.
Ser criança é sorrir e fazer sorrir.
Ser criança é chorar sem saber porque.
Ser criança é querer ser feliz.
Ser criança é esconder-se para nos preocupar.
Ser criança é errar e não assumir o erro.
Ser criança é pedir com os olhos.
Ser criança é derramar uma lágrima para nos sensibilizar.
Ser criança é isso e muito mais.
É ensinar-nos que a vida, apesar de difícil,
pode tornar-se fácil com um simples sorriso.
É ensinar-nos que criança só quer carinho e afecto.
É ensinar -nos que, para sermos felizes,
basta apenas olharmos para uma criança.....


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Delicadeza do Amor



A Delicadeza do Amor

Ser delicado é possuir alma de criança,
É acreditar...
É se emocionar ao ouvir o marulho do mar
É conversar com as paredes...
É sentir a pureza de uma rosa,
e se envolver no seu perfume...
É ouvir o cantar dos pássaros e
se transportar ao sonho...
É admirar a liberdade das borboletas,
seu colorido e a suavidade de seu toque nas flores...
É ouvir o sussurrar do vento
falando de amor aos seus ouvidos
É perceber na musicalidade da chuva,
o sentido da vida...
É ver a tempestade, seus raios, trovões e vendavais,
impondo limites a humanidade...
É entender que as nuvens negras passam,
E logo ao amanhecer,
nasce o sol com seus raios multicoloridos
nos mostrando....
que vale a pena viver
E sentir o sol transcender o corpo e iluminar a alma..
É olhar uma estrela, e ver o seu brilho,
nos olhos do ser amado
Ser delicado, é sentir a ternura e o sentido de amar...

*****

terça-feira, 7 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

Dia de São Francisco de Assis




"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível,
e
de repente você estará fazendo o impossível."

Apenas um raio de sol é suficiente para afastar
várias sombras.

Onde há amor e sabedoria, não tem temor e nem ignorância


QUE O SENHOR VOLTE OS OLHOS PARA TI E TE DÊ TUA PAZ.
QUE O SENHOR TE ABENÇOE


São Francisco de Assis

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

4 de outubro

OS ANIMAIS



Eles habitam toda a face dessa Terra
Ofertando seus valores e prestezas,
Não reclamam da vida, nunca erram,
Fazem parte das forças da natureza!


Se cometem uma morte alguma vez,
É por conta da lei da sobrevivência:
Não existe aí nenhuma insensatez,
Pois não têm o dom da consciência.


Sua vida é dedicada à humanidade,
Mas o homem não percebe, é demais,
Não querer entender essa bondade!


Sendo parte desse reino, ainda mais,
Usa a única diferença pra maldade,
Ao invés de aprender com os animais!


Autor: José Rosendo




"Não permitas que ninguém negligencie o peso de sua responsabilidade. Enquanto tantos animais continuam a ser maltratados, enquanto o lamento dos animais sedentos nos vagões de carga não sejam emudecidos, enquanto prevalecer tanta brutalidade em nosso matadouros... todos seremos culpados. Tudo o que tem vida, tem valor como um ser vivo, como uma manifestação do mistério da vida." (Albert Schweitzer)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Espinheira



Eta espinheira danada
Que pobre atravessa pra sobreviver
Vive com a carga nas costas
E as dores que sente não pode dizer;

Sonha com as belas promessas
De gente importante que tem ao redor
Quando entrar o fulano
Sair o ciclano será bem melhor
Mas entra ano e sai ano
E o tal de fulano ainda é pior
Esse é meu cotidiano
Mais eu não me dano pois Deus é maior.

O mundo não acaba aqui
O mundo ainda está de pé

Enquanto deus me der a vida
Levarei comigo esperança e fé!

Eta que gente danada
Que esquece de vez a palavra cristã
Ah, eu queria só ver
Se Deus se zangasse e voltasse amanhã;

Seria um ?Deus nos Acuda?
Um monte de Judas querendo perdão
Com tanta gente graúda
Implorando ajuda com a bíblia na mão

Mais a esperança é miúda
E a coisa não muda não tem solução:
Nem tudo que a gente estuda,
Se agarra e se gruda, rebenta no chão!

(Manoelito Nunes E Dalvan)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

POEMA DE PRIMAVERA




Metamorfose dos encantos

Encaixe dos sentimentos

Delicadezas se ondulam em flores

Nas asas da imaginação

Seu sorriso, meu disfarce

Me perco no equinócio do seu florescer

Num canto bem adubado do meu coração

Outra semente germina

Pulula em vida pós-inverno

De begônias e hortênsias

Ornando meu caminhar.

Quem hibernou, involuntário

Ao saltar para a primavera

Encontra suave brisa

A refrescar a tez acalorada febrilmente.

Enfim vitória de uma semente

É primavera chegando

A esperança renascendo

O colorido tingindo

O caminho do passante

Desencasula... para a vida

Desacrisola... para a maturidade

As forças da natureza me deixam e êxtase

Momento de recomeçar

Floreça em mim a primavera de minh'alma

As lágrimas transformem-se em suave brisa

Ou num orvalho manso a regar meu coração...

Estação das flores dentro de mim,

Reaja ao inverno sequioso dos sonhos meus

E brotem novos sonhos

Novas forças,

Nova vontade de sonhar.

Caminho lentamente, mas com firmeza

Esqueço o que doeu

Apago o traço da dor

Aborto a palavra saudade

Construo ruas de felicidade

Onde dançarei a dança da paz

Com o arco-iris a brincar

Ao vento vão os pensamentos

Novos sonhos, novos alentos

O tempo... ah, o tempo!

Meu íntimo confidente,

A primavera me trouxe.

Um dia novo está surgindo

Um sonho novo me envolve

Vida nova...Saúde...Paz...

Enfim, a primavera me beija a face.


Alice Poltronieri

Primavera



A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Cecília Meireles


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sempre, para sempre


Há amor amigo

Amor rebelde

Amor antigo

Amor da pele



Há amor tão longe

Amor distante

Amor de olhos

Amor de amante



Há amor de inverno

Amor de verão

Amor que rouba

Como um ladrão



Há amor passageiro

Amor não amado

Amor que aparece

Amor descartado
Há amor despido

Amor ausente

Amor de corpo

E sangue, bem quente



Há amor adulto

Amor pensado

Amor sem insulto

Mas nunca, nunca tocado



Há amor secreto

De cheiro intenso

Amor tão próximo

Amor de incenso



Há amor que mata

Amor que mente

Amor que nada, mas nada

Te faz contente, me faz contente



Há amor tão fraco

Amor não assumido

Amor de quarto

Que faz sentido



Há amor eterno

Sem nunca, talvez

Amor tão certo

Que acaba de vez



Há amor de certezas

Que não trará dor

Amor que afinal

É amor,

Sem amor



O amor é tudo,

Tudo isto

E nada disto

Para tanta gente



É acabar de maneira igual

E recomeçar

Um amor diferente

Sempre, para sempre

Para sempre



Donna Maria



segunda-feira, 1 de setembro de 2008

SE EU FOSSE POETA...

















SE EU FOSSE POETA...

Te faria um poema,
Falando de amor.
Abusaria de temas,
Do aroma da flor.
Versejaria erudito,
Um canto bendito.
Para te enaltecer.
Louvaria sua beleza,
Sua docilidade.
Com certeza,
Usaria toda fertilidade
Da mente.
As rimas mais preciosas
Sente,
a candura dos verbetes.
Sensibilidade valiosa.
Uma ária em falsête,
Ou o bolero de Ravel.
A magia de Neruda,
A arte de Renoir.
Faria elegias ao céu.
Abusara do verbo amar.
Ah!...Se fosse eu um poeta!...

*[gustavo drummond]

EU LEVO SEU CORAÇÃO COMIGO

















EU LEVO SEU CORAÇÃO COMIGO

eu levo seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (onde quer
que eu vá você irá, minha querida; e o que é feito
só por mim é seu feito, minha amada)
não temo
o destino (pois você é meu destino, meu encanto) não quero
o mundo (pela beleza de você ser meu mundo, minha verdade)
e você é tudo o que a lua sempre representou
e tudo que um sol irá louvar será você

eis o maior segredo que ninguém conhece
(eis a raiz da raiz e o broto do broto
e o céu do céu de uma árvore chamada vida;
que cresce além do que a alma sonharia ou a mente poderia esconder)
e este é o milagre que mantém as estrelas afastadas

eu levo seu coração (eu o levo no meu coração)

E.E. Cummings

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

*****


"Há uma diferença muito sensível entre perceber e entender a Verdade. Podemos percebê-la com o Coração e entendê-la com o Cérebro, ou melhor, podemos sentir a Verdade intuitivamente e examiná-la intelectualmente (...) Se os que vivem neste século cultivassem a faculdade de perceber a Verdade pelo Coração, examinando depois, por meio da Inteligência o que sentiram, muito breve teríamos por toda a parte uma condição melhor e mais feliz da sociedade. Porém, a desgraça de nossa época consiste em que as faculdades intelectuais foram levadas ao último extremo de seu poder de resistência, para as formas exteriores das coisas, sem perceber seu caráter espiritual, por meio do poder da Intuição (...) A Intuição é mais atrevida do que a própria Inteligência. Ela é algo assim como um farol que orienta o rumo da Inteligência e, por isso mesmo, foi a Voz Interna que guiou todos os descobridores" Prof. Henrique José de Souza

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Apelo




















Apelo

Parte de mim está nas plantas
que se estendem pelo ar
as outras partes são tantas
quantas as coisas que amar...

E o que amo mais é verde
e definho, se não for
ao bosque matar a sede
que eu tenho desta côr...

Tanto
cada planta
chama
e tanto
as ama
o meu Ser,

que o bosque
me reclama
cada dia
p´ras ir ver...

E se na altura não vou
estou recusando o que sou,
e sinto a alma parada...

E aperta-se a garganta
como se traísse a planta
ou abandonasse uma fada...

Luísa Barreto