domingo, 25 de maio de 2008

Ciganos




Tudo o que voa é ave.

Desta janela aberta

A pena que se eleva é mais suave

E a folha que plana é mais liberta.



Nos seus braços azuis o céu aquece

Todo o alado movimento.

É no chão que arrefece

O que não pode andar no firmamento.



Outro levante, pois, ciganos!

Outra tenda sem pátria mais além!

Desumanos

São os sonhos, também...

                                      Miguel Torga

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