Na soleira da janela,
cantam cotovias
nos esquadros do tempo,
alfazemas exalam
uma doce fragância e desabrocham
sonhos impossíveis,
junto ao portão rabiscado no papel.
Uma camerata de flautas em sua melodia
exalta
a pérola púrpura cultivada
neste mar que me afoga.
Por impulso escondo minha insensatez,
sequer me reconheço,
só pode ser loucura...
perene.
Agarrada às palavras,
ao emergir suspiro
viro a página.
Peço,
chego ao grito
Arranca-me da berma desta estrada,
Dá-me prumo
para enxergar a perfeição de um pássaro
ou a pureza de uma rosa.
Sou cigana
Livre,
sem parada
mesmo errando,
sigo meu caminho...
Não posso estagnar
feito serenata inacabada.
Andréa Motta
10/08/03
Nenhum comentário:
Postar um comentário